Milha XV

A milha XV começa em Lampaças ou Bico da Geira, prosseguindo, a meia vertente, até ao Penedo dos Teixugos. Desenvolve-se a meia encosta, num traçado pautado pela existência de bouças de eucaliptal, intercaladas com zonas de matos rasteiros.

Nos metros iniciais o caminho, bem percetível, corre entre muros, cruzando o talvegue de uma pequena linha de água, junto à qual se dispõem diversas parcelas agrícolas em socalco. Seguidamente, a Geira prossegue com poucas oscilações de cota, mantendo o traçado entre os 450 e 460 m de altitude, acompanhando, a este nível, a sinuosidade dos relevos montanhosos da encosta sul do lugar do Barral.

Desta forma, a via vai atravessando, por diversas vezes, pequenas linhas de água que na altura de maior pluviosidade transformam a via em leito de cheia, afetando, sobremaneira, a superfície de circulação. A cerca de 1400 metros do início da milha, a via encontra-se parcialmente obstruída por uma derrocada de pedra. São visíveis vários locais com superfície pavimentada com lajes, embora não seja clara a cronologia do empedramento. 

A milha desenvolve-se ao longo de aproximadamente 1812 m, um valor claramente superior ao consensualmente estimado para uma milha viária nos estudos dedicados ao tema. 

O início da milha encontra-se assinalado por dois miliários: um, anepígrafe, atualmente posto sobre o lado direito da via, o outro, sobre o lado esquerdo, dedicado ao Imperador Caro, datável de 283 d.C. Junto do miliário anepígrafe encontra-se uma cruz, entalhada de forma fruste, sobre um pequeno afloramento. Alguns autores mencionam a existência de pedreiras para extração de miliários no local.

Segundo Amaro Carvalho da Silva, foram recolhidos dois outros miliários das imediações da milha XV, transportados na década de 80 do séc. XX para os Paços do Concelho e atualmente depositados no Museu da Geira. Um destes miliários é dedicado a Carino (283-285 d.C.), o outro a Magnêncio (350-353 d.C.).